Discussão histórica no Supremo Tribunal Federal.
Em nota, ministros do STF dão apoio a Gilmar Mendes
Ministros se reuniram por mais de três horas após discussão.
Oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) divulgaram uma nota na noite desta quarta-feira (22) em que reafirmam a confiança e o respeito pelo presidente do STF, Gilmar Mendes, após a discussão entre ele e o ministro Joaquim Barbosa.
Veja o site do Jornal da Globo
O STF julgava a partir de quando passaria a valer a decisão que tirou os funcionários de cartórios no Paraná do regime de previdência do estado. A discussão começou quando, irritado, o ministro Joaquim Barbosa disse que a questão não tinha sido debatida suficientemente.
Barbosa: “Eu acho que o segundo caso prova muito bem a justeza da sua tese. Mas a sua tese, ela deveria ter sido exposta em pratos limpos. Nós deveríamos estar discutindo”.
Mendes: “Ela foi exposta em pratos limpos. Eu não sonego informação. Vossa Excelência me respeite. Foi apontada em pratos limpos”.
Barbosa: “Não se discutiu a lei”.
Mendes: “Se discutiu claramente”.
Barbosa: “Não se discutiu”.
Mendes: “Se discutiu claramente e eu trouxe razão. Vossa Excelência... talvez Vossa Excelência esteja faltando às sessões”.
Barbosa: “Eu não estou...”.
Mendes: “Tanto é que Vossa Excelência não tinha votado. Vossa Excelência faltou à sessão”.
Barbosa: “Eu estava de licença, ministro”.
Mendes: “Vossa excelência falta à sessão e depois vem...”.
Barbosa: “Eu estava de licença. Vossa Excelência não leu aí. Eu estava de licença do Tribunal”.
Outros ministros passaram a debater a ação. Mas poucos minutos depois a discussão áspera entre os dois recomeçou.
Mendes: “Se Vossa Excelência julga por classe, esse é um argumento...”.
Barbosa: “Eu sou atento às consequências da minha decisão, das minhas decisões. Só isso”.
Mendes: “Vossa Excelência não tem condições de dar lição a ninguém”.
Barbosa: “E nem Vossa Excelência. Vossa Excelência me respeite, Vossa Excelência não tem condição alguma. Vossa Excelência está destruindo a Justiça desse país, e vem agora dar lição de moral em mim? Saia à rua, ministro Gilmar. Saia à rua, faz o que eu faço”.
Carlos Ayres Britto: “Ministro Joaquim, nós já superamos essa discussão com o meu pedido de vista”.
Barbosa: “Vossa Excelência não nenhuma condição”.
Mendes: “Eu estou na rua, ministro Joaquim”.
Barbosa: “Vossa Excelência não está na rua não, Vossa Excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro. É isso”.
Britto: “Ministro Joaquim, vamos ponderar”.
Barbosa: “Vossa Excelência quando se dirige a mim não está falando com os seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar. Respeite”.
Mendes: “Ministro Joaquim, Vossa Excelência me respeite”.
Marco Aurélio Mello: “Presidente, vamos encerrar a sessão?”.
Barbosa: “Digo a mesma coisa”.
Marco Aurélio: “Eu creio que a discussão está descambando para um campo que não se coaduna com a liturgia do Supremo”.
Saiu no blog do Azenha:
ResponderExcluirMário de Oliveira: Cinco juízes do STF trabalham para Gilmar
Atualizado em 23 de abril de 2009 às 21:47 | Publicado em 23 de abril de 2009 às 21:41
Mário de Oliveira (23/04/2009 - 21:04)
Você já entrou no site do IDP - Instituto Brasiliense de Direito Público, que é de propriedade do Ministro Gilmar Mendes?
Entre os professores desse instituto estão os senhores Eros Roberto Grau, Marco Aurélio Mendes de Faria Mello, Carlos Ayres Britto, Carlos Alberto Menezes Direito e a senhora Cármen Lúcia Antunes Rocha (cinco Ministros do Supremo). Ou seja, alguns dos Ministros do Supremo também são funcionários, empregados, prestadores de serviço ou contratados, seja lá como possa ser definida legalmente, a relação deles com o IDP do Presidente do Supremo. Também está na relação o Ministro Nelson Jobim.
Será que não estariam ética e moralmente impedidos de se manifestarem acerca do entrevero Joaquim Barbosa X Gilmar Mendes? Nesse caso, não há conflito de interesses já que de alguma maneira os citados têm relação com Presidente do Supremo que envolve remuneração?